Surfstoke: Rede social para surfistas made in Portugal. Já conheces?

Surfstoke é um nome a reter, principalmente para os amantes do surf. Trata-se de uma rede social para os praticantes do desporto aquático totalmente made in Portugal por quatro jovens empreendedores. A aplicação é já reconhecida internacionalmente, tendo sido considerada uma das melhores “apps” europeias.

Se és amante do surf, provavelmente já deves ter ouvido falar da Surfstoke, a rede social pensada para “todos os wave riders que promove a interação entre praticantes, criando a solução perfeita entre surf reports fidedignos e a competição saudável”. Quem descreve a aplicação, que foi considerada recentemente como a melhor app europeia no Mobile World Congress, é Francisco Brito, um dos quatro fundadores deste projeto, juntamente com Joana Matos, João Rodrigues e Nuno Ferro.

Foi em setembro que 2013 que nasceu a Surfstoke, “após a Joana ter visto um poster afixado na Universidade Católica que anunciava um concurso de ideias sobre a economia do mar, o Desafio Mar powered by Portugal Telecom”. Joana Brito era colega de João Rodrigues no mestrado em Gestão na Católica-Lisbon School of Business and Economics (CLSBE) e falou-lhe do concurso. A terceira pessoa a juntar-se à equipa foi Francisco Brito: “Eu e a Joana fomos colegas de licenciatura e já tínhamos falado de montar um negócio, mas nada que passasse do papel”. Nuno Ferro integrou, depois, o grupo.

Por acaso, foi também o único elemento feminino do grupo a ter “a ideia original de se criar uma plataforma para desportos de ondas”, com a qual ganharam, em novembro de 2013, o Desafio Mar powered by PT. A ideia foi, depois, refinada através de dezenas de entrevistas a praticantes de desportos de ondas, resultando num “produto viável e que já se adapta ao mercado”, referiu Francisco.

Passado um ano após terem ganho o concurso de ideias, o grupo de jovens empreendedores lançaram a Surfstoke, “app” grátis para iOS e Android. Em cerca de quatro meses, a aplicação conquistou mais de três mil utilizadores registados. “Podemos dizer que tem corrido bem. Principalmente, pelo nível de feedback que temos recebido da parte destes users, que nos enviam mensagens a referir que a nossa app lhes resolve o problema e a darem também sugestões para a melhorarmos continuamente, com mais ferramentas para lhes proporcionar uma melhor experiência”, afirmou o jovem.

“Ficámos muito contentes com o prémio”

No passado mês de março, a Surfstoke deu mais um passo importante, ao ser conhecida como uma das melhores “apps” europeias no Mobile World Congress, em Barcelona. “Normalmente, estamos sempre atentos aos concursos de empreendedorismo que surgem, não só em Portugal, mas também em toda a Europa. Vimos que ia haver um concurso exclusivo para aplicações e então achámos que faria todo o sentido tentarmos a nossa sorte”, explicou Francisco Brito. O jovem referiu que nem ele nem os seus colegas estavam à espera de ganhar, “principalmente pela concorrência ser muito forte”, já que “existiam outras apps que tinham bastante potencial”. E acrescentou: “Ficámos muito contentes com o prémio e muito orgulhosos de o conseguirmos trazer para Portugal. Foi algo memorável”.

A participação da Surfstoke no Mobile World Congress e no EU Mobile Challenge foi, para os seus fundadores, “uma experiência enriquecedora” por vários motivos. “Foi uma excelente oportunidade para contactarmos com empreendedores do mundo inteiro, CEO’s de empresas reputadas internacionalmente e líderes mundiais desta indústria. Graças ao prémio e também ao networking que fizemos, tivemos alguns contactos de investidores que quiseram saber mais informações sobre a Surfstoke”, afirmou Francisco. “Além disso, temos tido uma cobertura mediática que nos tem permitido chegar a mais e mais pessoas. Felizmente, este conhecimento da Surfstoke tem-se traduzido em downloads e utilizadores para nós, o que é sempre bom. Com o prémio, temos ainda mais motivação para continuar a trilhar o caminho que temos feito, levando a Surfstoke a palcos internacionais”, acrescentou.

O grupo de jovens empreendedores quer que o número de utilizadores que usam a Surfstoke cresça, tendo como objetivo futuro “ir desenvolvendo a app para continuarmos a ter um produto que as pessoas gostam, que lhes facilita a vida e que melhora o seu quotidiano”. A internacionalização da rede social também já se inclui nos planos e os fundadores querem levá-la para “mercados maiores como Brasil, Estados Unidos e Austrália”. Francisco Brito acrescentou: “Costumamos dizer que o nosso grande objetivo é chegar a todo o lado, desde que existam ondas e surfistas prontos a surfar essas ondas. Queremos marcar a diferença no mercado de desportos de ondas, que conta com uma comunidade mundial super apaixonada pelo mar e pelo desporto que pratica”.

Relativamente a ser-se empreendedor em Portugal, o jovem considera que “tem os seus prós e os seus contras”. E explica: “Fazendo aquilo que se gosta, tendo paixão pela ideia e tendo uma equipa coesa, é só aproveitar os bons momentos, festejar pequenas vitórias e aproveitar essa motivação para fazer mais e melhor”.

 

15/04/2015