Pensar de forma inovadora é fácil. Difícil é o que vem a seguir

A minha curta mas intensa experiência profissional tem-me ensinado que é bastante fácil ir contra o status quo. Estabelecemos um objetivo, apresentamos as nossas ideias e já começamos (como diz o outro, importa é começar). Fácil.

Mas entretanto o status quo faz a sua jogada. Apresenta contra-argumentos. Dá “feedback”. E facilmente podemos perder-nos uma vez mais.

Sempre existiram e vão sempre existir inconformados (e conformados). São a consequência (ou causa) perfeita da ideia de progresso, aqueles que de uma forma ou de outra têm coragem de rasgar completamente com a nossa visão do mundo e impor a sua. Fazendo tudo andar para a frente uma vez mais.

Steve Jobs, Bob Hoffman, Leonardo da Vinci e outros estão entre os meus inconformados preferidos, cada um à sua maneira. Indivíduos sem medo de nos dar a conhecer as suas próprias ideias, e provar que elas representam uma melhoria comparado com o que existia antes.

O propósito de ser inovador não está em combater o status quo. Está em concretizar algum tipo de vitória. O Steve Jobs revolucionou literalmente várias indústrias. O Leonardo foi um dos génios mais produtivos da História, e as suas ideias foram demasiado à frente do seu tempo. O Bob Hoffman (o ilustre desconhecido desta lista) tem mostrado como é que um “tradicional” mad man da publicidade encara os novos meios de comunicação, desmistificando tantas tretas que lemos sobre o que são os social media e como funcionam.

A rebeldia é composta por 50% de atitude e 50% de resultados. Claro, precisamos de atitude para começar, mas precisamos sobretudo de algum tipo de resultado (que não virá a curto prazo) que, misturado com a atitude certa, faz andar o que nos rodeia e ajuda-nos a criar o futuro que idealizamos. Independentemente da dimensão envolvida (pode ser um modelo de negócio revolucionário ou simplesmente uma forma diferente de gerir um processo que todos tomavam por garantido por funcionar bem assim).

Nunca sabemos exatamente quando chegam esses resultados, porque vamos ter sempre entraves para a sua concretização. Pensar de forma inovadora é fácil, difícil é lidar com o que o mundo tem a dizer-nos quanto a isso. Isto é mau para alguns, muito bom para outros. É que para quem estiver no segundo grupo (e espero que o leitor se enquadre aí) é a melhor motivação de todas para continuar sempre em movimento.

Crónica por: Roberto Estreitinho http://estreitinho.com/

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07/11/2013