Há algo de respeitável quando alguém se “manda”. Neste caso estou a falar em iniciar um negócio, por mais pequeno que seja. Mesmo que acabes por fazer parte de uma daquelas histórias épicas de fracasso, há sempre algo de respeitável.
Prestar um serviço, vender um produto ou inventar algo que as pessoas nem sequer sabiam que precisavam… há tanta coisa a considerar. E os passos a dar: ser realmente distinto no que fazes, vender um produto verdadeiramente bom, encontrar mercado, montar um espaço ou website, lidar com todos os números, etc.
Vamos focar algo mais interno – a cultura e os valores do teu negócio.
Imediatamente depois da II Guerra Mundial, havia uma escassez de produtos devido aos racionamentos em curso. Alimentar exércitos extensos e a indústria da guerra na Europa e Estados Unidos eram óbvias prioridades. E como seria de imaginar, o período pós-guerra foi altamente favorável para os pequenos negócios. A procura estava na QUANTIDADE. As populações estavam com tanta necessidade de casas, comida e serviços básicos que as pequenas empresas prosperaram.
Durante os anos 70, 80 e 90 a disponibilidade de produtos e serviços deixou de ser um problema. Com a melhoria das condições económicas e facilidade de abrir empresas, gerou-se uma concorrência intensa. Os clientes tornaram-se obviamente mais exigentes. Começou a valorizar-se a QUALIDADE.
Se o teu pequeno negócio se apoia na QUANTIDADE, o que ainda acontece com sucesso em algumas áreas, é bem provável que exista uma fragilidade marcada. Seguir a guerra dos preços e promoções é engraçado durante uns anos mas pode, efetivamente, arrasar uma pequena empresa. O low cost resulta bem nas companhia aéreas mas, com um pequeno negócio, os clientes irão sempre encontrar alguém mais barato que tu.
Apostar na QUALIDADE vai-te fazer sentir melhor. Sentir-te-ás orgulhoso. Estás a fazer o que os profissionais competentes supostamente fazem. Existe, ainda, muita falta de qualidade. Com isto quero dizer que ainda não existe um respeito pelo cliente que seja muito comum, especialmente nos pequenos negócios locais. Significa que, se apostares bem na qualidade, o que implica muito trabalho, irás ser bem sucedido. Mas também é verdade que muitos outros já acordaram (ainda que tarde) para a QUALIDADE. Repara… se trabalhares apenas para a QUALIDADE podes acabar por cair no que muitos outros estão já a fazer.
Ninguém quer ser servido por um conjunto de sistemas e protocolos. Existe este paradoxo em que as pessoas comunicam cada vez mais por computadores mas querem, provavelmente mais do que nunca, ter as suas almas alimentadas. Por isso, depois de ter o problema da qualidade assegurado, a AUTENTICIDADE é o caminho a seguir.
Ser autêntico significa saber quem és e para onde queres ir. Tens todo o gosto em servir o teu cliente da mesma forma que terás em ajudá-lo a fazer uma compra acertada na tua concorrência, com uma atitude genuína.
AUTENTICIDADE significa que tens uma maratona pela frente para te encontrar e para encontrar a tua tribo. E tu e a tua tribo vão puxar-se, mutuamente, para aquilo em que se transformará o teu negócio.
Hoje, tu tens a possibilidade e as ferramentas de criar algo único que tenha impacto nas vidas das pessoas. E parte engraçada – é fácil seres encontrado e requisitado como nunca antes fora possível.
Se pensas em criar um negócio, faz bem o teu trabalho de casa mas certifica-te que estás num caminho para aquilo em que acreditas. E mantém-te forte a fazê-lo.
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Gere uma clínica privada em Espinho que, com ajuda de vários colegas, presta serviços dedicados a área da Estética Dentária. Nesta área é autor de vários artigos em revistas internacionais peer-review e dedica parte do seu tempo à publicação científica e formação clínica.
Durante os vários anos que estudou e trabalhou em Londres procurou treino adicional na área de liderança e organização em negócios de saúde, assuntos que lhe dão muita satisfação em continuar a aprender e partilhar em workshops, coaching, consultadoria e no seu blog www.strongatwork.com.
